entender a perspectiva bíblica a respeito do amor salvou minha vida de oração.

Um dos empecilhos que atrapalhou minha vida de oração por muito tempo, foi a relutância em admitir claramente ao Senhor que eu não sentia prazer na oração. Orações rápidas antes das refeições, viagens, ou cultos eram muito agradáveis. Mas separar um tempo diariamente para falar com Deus, lutando contra inúmeros pensamentos distrativos? Não gostava nem um pouquinho.

E isso, obviamente, era terrível. Mas igualmente ruim era não ter a coragem para admitir isso ao único que, de fato, sabia a gravidade de tal pecado em meu coração. Sempre que pensava em confessar com palavras claras a Deus que não gostava de conversar com Ele, eu gelava. Como seria chegar para um amigo querido, que havia ofertado a própria vida em meu favor, para admitir que eu não gostava de conversar com Ele? Um pesadelo.

Eu pensava que se fizesse isso, assumiria que não amava a Deus. Que amor seria este que sequer sentia prazer em conversar? Foi aí que percebi. Minha percepção a respeito do amor estava baseada em meus sentimentos. Acreditava que precisava sentir prazer na oração para amá-la. Sendo que a perspectiva bíblica a respeito do amor não se baseia no que sinto, mas na aliança que Ele firmou comigo, e a respeito da qual Ele mesmo me dá a força necessária para escolher seguir em fidelidade.

Depois de entender isso, compreendi que Deus desejava que eu confessasse meu pecado claramente, sem diminuições ou eufemismos. Entregando meu coração a Ele, e pedindo ajuda para vencê-lo. Suplicando pela perseverança na decisão de amar a oração, porque amo a Ele. Amo porque Ele decidiu me amar primeiro.

Doeu. Chorei. Mas Ele me ouviu. E sei que acolheu minha oração. E o poder da confissão de pecados mais uma vez triunfou. Não é como um passe de mágica que da noite pro dia nos faz vencer pecados antigos, mas sim uma força miraculosa vindo de Deus para Seus filhos, lhes motivando a continuar lutando contra seus pecados, contando com o eficaz auxílio do Espírito intercessor.

Hoje eu continuo. Continuo confessando meu pecado ao Senhor. Continuo lutando contra meu coração egoísta que por si só já teria desistido da oração. Continuo pedindo força e perseverança pra ser fiel à aliança de amor a Ele. Continuo aprendendo que o amor ordenará minhas emoções, mas que ele não depende delas para existir e ser fiel.

Ele depende unicamente daquele que escolheu me amar primeiro. Daquele que ouviu minha voz quando eu ainda nem existia, e amou aquele som. Daquele que sempre sentiu prazer em me ouvir, mesmo quando eu não sentia prazer em falar. Daquele de quem eu anseio ouvir a voz. E até que eu escute claramente, continuarei procurando por ela em sua Palavra e em minhas orações.

Entender a perspectiva bíblica a respeito do amor salvou minha vida de oração.